Crises: Evocar
crises contra as epistemologias fundantes do "campo da arte" como a noção individualizante: artista.
Território: Pensar
a ação a partir de uma noção de território que não esteja associada de modo
algum ao urbanismo ou ao design, pois aqui o atual território é o produto de
inúmeros séculos de operações policiais. Elucidar a expulsão de pessoas para
fora de seus campos, retiradas de suas ruas, para fora de seus bairros e halls
de prédio, na esperança demente de conter toda a vida entre quatro paredes
viscosas do privado. A questão do território não se coloca para nós da mesma
maneira que para o Estado. Não se trata de possuí-lo, mas de densificar
localmente as comunas, as circulações e as solidariedades afim de torná-lo
ilegível e opaco a semiotização da Cultura. Toda prática da existência a um
território. Quanto maior for o número de territórios de “arte” que se sobrepõe
numa mesma zona, maior será a circulação entre eles, e menor o poder de
controlá-los. Essa auto organização local, ao sobrepor a sua geografia
própria à cartografia estatal,
incendeia-a, anula-a; ela produz a sua própria secessão.
Corpo: Sem mais clichês
sobre esse “tema”. Não é um espaço passivo sobre o qual perpassa o biopoder,
logo a redução em “tudo é subjetividade quando se fala em corpo”, levantada por
muitos artistontos na arte contemporânea é um niilismo que usa o corpo como
prótese morta, não como incorporação de outras possibilidades de existir.
Espaço: O
espaço não é algo que está dado. Falar sobre ele não representa um suposto real
dado no mundo. Os modos como dizemos, o que é dito, também afirmam e constituem
o espaço. Há um discurso escrito, imagético e falado, bem como aquilo que
experenciamos, constroem fragmentos que narram o espaço e ao narrá-lo o
estabelecem. Logo, precisamos encontram uma nova forma de Deriva não hegemônica que libere o espaço desse estado de inércia. O
termo espaço é expressão cujo significado variou historicamente e cujo sentido
se especifica em relações entre discursos sempre em disputa. Portanto dizer
espaço não corresponde a apreendê-lo, mas sim atribuir-lhe sentidos outros.
“Queremos vida de
verdade, vida pra além
de uma palavra que
enfeita convites
de exposição. Por uma política visceral contra
o império da
normalidade, e isso inclui que
a palavra política
quando pela arte evocada,
seja capaz de falar
a polis e não aos seus
senhores. O cognitariadx não
participa de nosso
blefe estético despotente,
nunca participará. A arte só teve sentido
até hoje porque
distante da vida esteve”